Uma girafa nunca há. Estas, assim, consentem-se a designações entre si pelas alturas: entre os gêneros e para o líder. O macho parece-se com o humano que ama, sendo de maiores corpos que a fêmea. A proteção. Despenca-se muito amor para reconhecer o mais alto entre as girafas: é difícil sentir-se protegido quando se possui dessa altura. Protege um grupo de girafas aquele que quer olhar a todos os lados. O humano possui mais vértebras que a girafa. É arriscado ventar, deve haver sempre o macho que ore arrependido aos céus. O corpulento macho inocente. A girafa deve permanecer iludida e é curiosa: despenca-se muito amor para desenhar uma girafa: crianças e senhorinhas de bem, entretanto, fazem-no com propriedade. Pois é difícil sentir-se protegido quando o vento, curiosamente, deserta-se: há de voltar – dizem.
As girafas pastam ou recolhem águas na posição dum cachorro que brinca: abaixam sobre abertas as patas frontais e alegram-se. O pasto e as águas são elementos para a ilusão: as girafas aparentam humanos que amam.
Sobretudo, este fato insistente, verdadeiro: a girafa é um animal doméstico. Todavia, desvia-as de nossos quintais a improvável paciência. É necessário ter demasiada paciência para as coisas que ocupam demasiado espaço. Despenca-se assaz amor para se criar a girafa: crianças e senhorinhas de bem, conquanto em idades inapropriadas para despencar paciência aos homens, tomaram-nas por desenho. Amáveis, assaz – dizem.
Nelson G.
9 comentários:
Este blog tem um quê de mistério. De savana, quintal ou mato. Feito de bichos e palavras. E espantador de emoções.Lindo.
TO COLADO !
ABRAÇOS!
oi Nelson
obrigado pela visita... sem querer trocar impressões e já trocando, esse teu universo animal literário me instigou muito também...
abraços
Rubens
‘Se tiro de mim os olhos da girafa,
Ponho em mim os olhos da crocodila.
Porque sou a Virgem Maria.
As moscas vêem uma grande poeira de pimenta
Mas não são a Virgem Maria.
Eu olho para os crimes das folhas,
Para o pungente orgulho das vespas,
Para o burro indiferente, louco de lua dupla,
E para o estábulo onde o planeta devora suas pequenas crias.
Porque sou a Virgem Maria.’
A Virgem em resposta a Lorca em
LUA E PANORAMA DOS INSECTOS
(O poeta pede ajuda à Virgem)
cadê,
gatuno!?
Por mode quê que o Ésquilo nunca coisa?
deve tá cas capivarim e as lontrim montando barragens...mas e ocê, fi?
gatinho banguela!!!
comé que vai tua morta déla?
A girafa quer uma lasca desse negócio que chamamos de PECADO.
A girafa precisa pecar, mas não.
É que da girafa o pecado não alcança o vão.
Já eu, peco a vida, no embalo da minha táta, amando sua dona (nada a ver com sudorese, PELAMORDEDEUS) feito cã.
Deve ser muito bom ter um pescoço para muitos colares e poucas coleiras! Muito!
beijo :)
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